terça-feira, 13 de outubro de 2015

Leitura Crítica da Mídia: É proibido falar em Angola

A incrível história dos rappers acusados de tramar um golpe de Estado pelo governo de José Eduardo dos Santos. Um deles corre risco de vida após passar 85 dias na solitária





"Estávamos em Angola fazendo uma investigação sobre a presença brasileira no país, um dos principais parceiros comerciais do Brasil no continente. Em meio à busca de dados e documentos sobre as empresas brasileiras, fomos conversar com jovens locais para entender o contexto mais amplo do sistema político que já foi uma ditadura socialista e agora almeja ser reconhecido como uma democracia plena.
Naquela tarde, muitos rappers falaram com admiração sobre Luaty. “Foi o Luaty que me mostrou o rap”, diz um dos jovens, que pediu que não fosse identificado.
Hoje Henrique Luaty da Silva Beirão, de 33 anos, corre risco de vida após completar 23 dias de greve de fome em protesto pela extensiva detenção preventiva sem julgamento. Ele já está preso há 115 dias, o que é ilegal em Angola. Antes disso, ele passou 85 dias numa cela solitária, com direito a uma hora de sol por dia. “Psicologicamente ele está bem, ainda é a mesma pessoa. Mas fisicamente o corpo está muito cansado”, diz o irmão Pedro Beirão. “Está tomando soro, ou ele não aguentaria mais essa semana.”
Luaty, com um grupo de outros 16 jovens, muitos deles rappers, é acusado de um crime inacreditável: conspirar para derrubar o presidente angolano José Eduardo dos Santos, que está no poder há 36 anos. Catorze deles foram presos em junho, em “flagrante delito”, ao participar de um grupo de estudos aberto numa livraria, onde discutiam o livro Da ditadura à democracia, do pacifista americano Gene Sharp. Um deles foi preso do dia seguinte, e duas jovens foram adicionadas como rés e respondem ao processo em “liberdade provisória”. (A Pública obteve com exclusividade a peça de acusação – veja no final do texto)"

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