sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Leitura Crítica da Mídia: como combater a intolerância e a violência na Internet e em outros meios de comunicação

NÃO SE CALE!

Em 20 de outubro de 2015, uma participante de 12 anos do programa “Masterchef Júnior'', da TV Bandeirantes, foi alvo de incitação à violência sexual. Tanto o programa, que utiliza crianças para vender produtos e estimular a competição, como os comentários que provocou devem ser questionados pela sociedade. 


"O Observatório Proxi (Projeto Online contra a Xenofobia e a Intolerância), impulsionado pelo Instituto de Direitos Humanos da Catalunha e pela organização espanhola United Explanations, realizou uma pesquisa sobre o ódio na rede, buscando formas de reduzir a aceitação do discurso intolerante. (...) Na avaliação dos pesquisadores, fomentar diálogos construtivos em debates violentos e estimular a participação de leitores tolerantes funciona. Ou seja, é no momento em que pessoas conscientes se calam, cansadas da intolerância, da violência e da opressão, que a intolerância, a violência e a opressão encontram terreno sem resistência para avançar." (Leonardo Sakamoto, 23/10/2015, Caso Masterchef: Violência sexual é coisa séria. “Piada” são os machistas - Leia AQUI o texto na íntegra)






ONDE DENUNCIAR

SAferNet BRASIL 


"A SaferNet Brasil oferece um serviço de recebimento de denúncias anônimas de crimes e violações contra os Direitos Humanos na Internet, contando com procedimentos efetivos e transparentes para lidar com as denúncias. Além disso, contamos com suporte governamental, parcerias com a iniciativa privada, autoridades policiais e judiciais, além, é claro, de você usuário da Internet. Caso encontre imagens, vídeos, textos, músicas ou qualquer tipo de material que seja atentatório aos Direitos Humanos, faça a sua denúncia". Acesse AQUI. 








OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E A COMUNICAÇÃO


O Projeto
"O Criança e Consumo tem como objetivo divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade de produtos e serviços dirigida às crianças, assim entendidas as pessoas de até 12 anos de idade, bem como apontar meios de minimizar e prevenir os prejuízos decorrentes dessa comunicação mercadológica. 

O Projeto é multidisciplinar e atua em diferentes áreas, notadamente, no âmbito Jurídico, de Pesquisa, Educação e de Advocacy, influenciando a formulação e execução de políticas públicas sobre o tema do consumismo e dos malefícios do direcionamento da publicidade e da comunicação mercadológica voltadas ao público infantil; realizando denúncias jurídicas a órgãos como Ministério Público, Defensoria Pública e Procons de todos o país, bem como ao Ministério da Justiça e promovendo o conhecimento sobre tais questões". Saiba mais AQUI.










COMUNICAÇÃO DE QUALIDADE, COM ÉTICA, É UM DIREITO!


Sabia que todos têm o direito de receber informações por rádio, televisão, internet, jornal, revista com ética e qualidade? E que todo cidadão tem o direito de reclamar quando isso não acontece? 


O Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social é uma organização que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil.


"Propriedade de meios por políticos e controle de vários veículos, venda ilegal de espaço na programação, excesso de publicidade e violações de direitos humanos nos programas policialescos são alguns dos problemas presentes no sistema de comunicação brasileiro. Para informar sobre tais práticas e apresentar formas de enfrentá-las, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social lança a publicação “Caminhos para a luta pelo direito à comunicação no Brasil – como combater as ilegalidades praticadas no rádio e na TV”.
O estudo apresenta um panorama do setor de radiodifusão, discute os motivos pelos quais as infrações têm sido permitidas e aponta os impactos dessa lógica, como a concentração de poder e a exclusão das maiorias sociais dos espaços midiáticos. Com linguagem simples e ilustrações que ajudam a compreender um assunto abordado frequentemente de forma tecnicista, a publicação debate a regulação da mídia, prática democrática presente na maioria das democracias do mundo, bem como os desafios para sua efetivação no Brasil.
O texto destaca ações exemplares e também instrumentos normativos estabelecidos no país e em tratados internacionais que permitem, desde já, que o Estado rompa com a postura permissiva e cumpra o papel de garantir o interesse público no setor. Em cada seção, são apresentadas as principais regras que tratam dos temas abordados, o que poderá facilitar a ação da sociedade civil e dos órgãos fiscalizadores no combate às violações".

Baixe AQUI  a publicação. 




SAIBA MAIS:




No 1º trimestre desse ano, o Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, registrou 4.480 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Um outro levantamento, feito pela Polícia Rodoviária Federal, identificou quase 2 mil pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras.Entrevistados: Estela Scândola, professora e pesquisadora da Escola de Saúde Pública do Mato Grosso do Sul; Adriana Duarte Araújo, coordenadora do coletivo Mulher Vida; e, pela internet, Juliana Cunha, coordenadora da Safernet. (Programa Conexão Futura, 20 de outubro de 2015. Apresentação: Cristiano Reckziegel)






"Estamos vivendo uma cultura do estupro, sim, não tem como negar. já não dá pra ficar em silêncio, com vergonha, não querendo incomodar. A pessoa que mais pode te defender é você. Chega de ter medo. Mas se ainda assim você tiver, calma, estamos aqui pra te ajudar. (Jout Jout Prazer)








"Identifique quais carinhos são bons e quais são abusivos: todas crianças têm direito de serem amadas e receberem afeto das pessoas com quem convivem, mas é importante que elas aprendam a distinguir quais são as expressões de carinho que são saudáveis e quais são abusivas". (Defenda-se! Campanha de enfrentamento à violência sexual cometida contra crianças)







"...apesar da minha primeira experiência com o assédio ter acontecido na infância, só consegui voltar a falar sobre ele 16 anos depois. Aos 27 anos, ao ver, pela primeira vez em toda minha vida, uma amiga reclamar de assédio sexual em locais públicos de forma pública, em post no Facebook, tive forças para transformar aquela experiência em palavras. Decidi ali que não voltaria para um lugar de silêncio e medo". (Juliana de Faria, criadora da campanha Chega de Fiu Fiu! Cantada não é elogio)

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Leitura Crítica da Mídia: É proibido falar em Angola

A incrível história dos rappers acusados de tramar um golpe de Estado pelo governo de José Eduardo dos Santos. Um deles corre risco de vida após passar 85 dias na solitária





"Estávamos em Angola fazendo uma investigação sobre a presença brasileira no país, um dos principais parceiros comerciais do Brasil no continente. Em meio à busca de dados e documentos sobre as empresas brasileiras, fomos conversar com jovens locais para entender o contexto mais amplo do sistema político que já foi uma ditadura socialista e agora almeja ser reconhecido como uma democracia plena.
Naquela tarde, muitos rappers falaram com admiração sobre Luaty. “Foi o Luaty que me mostrou o rap”, diz um dos jovens, que pediu que não fosse identificado.
Hoje Henrique Luaty da Silva Beirão, de 33 anos, corre risco de vida após completar 23 dias de greve de fome em protesto pela extensiva detenção preventiva sem julgamento. Ele já está preso há 115 dias, o que é ilegal em Angola. Antes disso, ele passou 85 dias numa cela solitária, com direito a uma hora de sol por dia. “Psicologicamente ele está bem, ainda é a mesma pessoa. Mas fisicamente o corpo está muito cansado”, diz o irmão Pedro Beirão. “Está tomando soro, ou ele não aguentaria mais essa semana.”
Luaty, com um grupo de outros 16 jovens, muitos deles rappers, é acusado de um crime inacreditável: conspirar para derrubar o presidente angolano José Eduardo dos Santos, que está no poder há 36 anos. Catorze deles foram presos em junho, em “flagrante delito”, ao participar de um grupo de estudos aberto numa livraria, onde discutiam o livro Da ditadura à democracia, do pacifista americano Gene Sharp. Um deles foi preso do dia seguinte, e duas jovens foram adicionadas como rés e respondem ao processo em “liberdade provisória”. (A Pública obteve com exclusividade a peça de acusação – veja no final do texto)"

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA AQUI.